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- Review: Scalene discorre sobre a Era Digital no disco Magnetite
(Foto: I Hate Flash / Rock in Rio 2017) A banda de rock de Brasília Scalene faz parte de um novo momento na cena da música. O grupo foi criado em 2009 e conta com, após a saída da vocalista Alexia, 4 integrantes: Gustavo e Tomas Bertoni, Lucas Furtado e Philipe Makako. Com pouco tempo de estrada, Scalene vêm surpreendendo positivamente a crítica com um rock consistente, na guitarra escalas e solos precisos, o vocal hora leve hora agressivo e muitos pratos de ataque na bateria. Esses elementos corroboram com a mensagem de tom crítico que permeia o álbum lançado no começo de Agosto. Os rapazes foram responsáveis por uma estreia aclamada no palco Mundo da sétima edição do Rock in Rio. Escalados na mesma noite em que Bon Jovi era a principal atração, Scalene agradou ouvidos experientes e exigentes. Magnetite foi entregue com um rock bem concentrado, muita distorção na guitarra, vocal versátil. A sonoridade se aproxima bastante do recente álbum Villians, de Queens Of The Stone Age, por exemplo. Radiohead é outra banda que têm influências fortes no som da Scalene. "Extremos Pueris" introduz o álbum deixando as claras qual mensagem esse disco vem a trazer. A guitarra está presente num riff marcante que abre o espaço para o suave tom da voz de Gustavo. A primeira estrofe da letra dialoga com o comportamento pueril de rebeldia sem causa. Soa como um questionamento para as vozes esbravejantes que vociferam todo tipo de argumento para sustentar seus ideais. Com fala de sobra e pouco tempo pra ouvir, não é tarefa simples ponderar. Todo e qualquer ideal é defendido com hostilidade. Essa hostilidade paira sobre as identidades assumidas a partir da tela de um computador e é impressa de várias formas nas redes. "Ponta de Anzol" aborda outro momento de vida. Com um baixo fortemente atuante acompanhando o riff da guitarra somos levados a pensar sobre a necessidade inerente ao ser de encontrar sentido nas situações vividas bem como a consciência de que há um caminho cheio de possibilidades a se seguir. Na continuidade, "Cartão Postal" coloca em ótica esse ser que está trilhando. O ser que não se identifica com o mundo digital, mantendo a alma de sonhador viva. Levada por um som suave que promove o ar melancólico da canção, o valor das experiências de vida, boas ou difíceis é reconhecido ao lembrar que, mesmo com tantas cicatrizes, a bagagem adquirida não tem preço. Inclusive, há o conformismo leve presente na frase que mais se repete na música; "vou até onde eu aguentar". (Foto: I Hate Flash / Rock in Rio 2017) "Esc (Caverna Digital)" é uma das faixas mais duras do disco. Na era das pós-verdades, memes, digital influencers, o alto fluxo de informação se mostra o veneno das redes. Coloca sob os holofotes justamente a corrente de ideologias que cada vez mais nos atravessam, ditando irredutivelmente o que é certo e o que não é certo fazer, como se deve e como não de deve agir. Novos meios de viver e conviver que cada vez mais confirma o caminho da liquidez, a qual a nova geração dá passos largos em sua direção. Tempos líquidos confirmados pelo excesso de informações e ideologias que chegam ao nosso conhecimento fazendo com que a gente não se atenha a nenhuma em si, verdadeiramente. Mas sim, de forma volátil. A existência e insistência em "mundos particulares". Em contas com milhares de seguidores no Instagram, pessoas desenham um ideal comportamental a ser seguido, porém do lado de fora do Smartphone, pouca coisa parece realmente mudar. "Distopia" segue a linha crítica e aponta os crimes absurdos cometidos a anos pelas igrejas. Sermões em troca de dinheiro, referências bíblicas mal empregadas para justificar ações que disseminam ódio, intolerância e preconceito. A voz aguda e arrastada passa a ideia de que é um questionamento e uma indignação que está ecoando dentro da massa. "Frenesi" trás um rock mais barulhento e distorcido. Apresenta uma interlocução entusiasmadamente delirante, agitada e inquieta. Em seguida, "Maré" representa o lado místico do ser, do saber-se pequeno, entender-se como uma partícula no meio do todo e todo o poder de forças que não se podem ver, mas que "puxa como a mais forte maré". Até aqui, constatamos que o álbum aborda várias esferas que compõem uma vida. Da nossa relação com o mundo, da nossa relação com nós mesmos e da nossa relação com o que há de místico. "Fragmento" apresenta a importância de enxergarmos cada elemento que forma a personalidade. O riff da guitarra distorcida na introdução acompanha o nosso desespero e a pressa em se adequar ao meio, e a falta de interesse em conhecer cada fragmento do próprio ser. "Trilha" apresenta esse interlocutor já um pouco mais amadurecido, contando suas derrotas e vitórias através de um rock encorpado. "Velho Lobo" nasce da necessidade da auto-análise que gera a desconstrução real de um "velho" para um "novo" ser. A faixa "Heteronomia" é um grito desesperado por liberdade. Uma mente atordoada em culpas e cobranças descomunais provenientes do meio externo. Aqui vemos uma existência atravessada por normas e padrões impostos que endeusam uns e demonizam outros, de acordo com a forma como cada um escolhe viver sua própria vida. "Quero existência sem dor/sentir liberdade e amor" brada a música. O álbum se encerra abordando de forma mais íntima nossos sentimentos e emoções gerais, ódio, raiva, medo que ferem as relações . Bem como a falta de sabedoria em lidar com as diferenças de credos e cores que nos repartem. "Phi" finaliza magnetite ressaltando a necessidade de analisarmos a nossa integridade e nos chama para a evolução. Nota: A autora não faz mais parte do site desde abril de 2018. Os seus conteúdos estão disponíveis por autorização da mesma.
- "Red Pill Blues": O novo álbum do Maroon 5
(Foto: I Hate Flash / Maroon 5 no Rock in Rio 2017) Os californianos do Maroon 5 estão com o pé no lançamento do sexto álbum da carreira. Eles revelaram na manhã desta quarta-feira (04) o nome do novo trabalho: "Red Pill Blues", com pré-venda marcada para sexta (06). O primeiro single da era já tem até clipe, "What Lovers Do", em parceira com a incrível SZA. A faixa tem uma pegada bem tranquilinha de se ouvir, ainda que, muitos que acompanham a banda tenham estranhado de início - nada que a gente possa levar pelos rapazes. A primeira apresentação ao vivo da música foi aqui em nosso país, durante a sétima edição do Rock in Rio, em sua segunda apresentação, na noite do dia 16 de setembro - sould out. Antes disso, "Cold" e "I Don't Wanna Know" já haviam sido lançadas, entretanto, a banda já havia se pronunciado falando que ambas não faziam parte do novo trabalho, eram apenas singles avulsos.
- Rock in Rio: Thirty Seconds to Mars faz show repleto de estripulias
Com apenas nove músicas no setlist, Thirty Seconds to Mars fez show repleto de estripulias Matheus Lima 24 Setembro 2017 | 23h50 Thirty Seconds to Mars no Rock in Rio. (Imagem: I Hate Flash) O grupo californiano Thirty Seconds to Mars, formado por Jared Leto, Shannon Leto e Tomo Milicevic, realizou na noite deste domingo (24), a última da sétima edição do Rock in Rio, um show repleto de estripulias. Repetindo feitos da sua primeira apresentação no festival, em 2013, o trio apostou no que já era de se esperar: balões coloridos, chuva de papel picado, fãs no palco e alguns de seus maiores sucessos. Um déjà vu. Apesar das poucas novidades, eles conseguiram esquentar e agitar todo o público que preenchia cada espaço da Cidade do Rock — era uma das noites mais prestigiadas e cobiçadas da edição. O repertório não foi muito variado, afinal, de 2013 para cá a banda lançou somente a inédita "Walk On Water". Com apenas oito músicas no setslit, incluindo dois covers (do clássico Led Zeppelin e Pantera), os rapazes proporcionaram um show de aproximadamente uma hora e meia. A limitação de faixas foi um dos pontos mais decepcionantes da apresentação, repleta de clichês. Passando pelos renomados e estourados sucessos como "Kings and Queens" (composição que havia ficado fora do explosivo show na quinta edição), "This Is War", a nova e intensa "Walk On Water" — que contou com a participação inesperada e certeira do rapper brasileiro Projota — e a nostálgica "The Kill", eles seguiram um roteiro clássico de festival, contagiante e envolvente. Na última, Jared atravessou a passarela e promoveu um momento acústico emocionante. A entoação de "ôh ôh ôh" em quase todas as músicas conta muito na hora de levar o público ao delírio. É instantâneo, assim como todos os momentos em que Leto se aproxima da galera. Era nítido o quão feliz eles estavam por estarem se apresentando mais uma vez no Rock in Rio. A troca de energia e carinho entre o público brasileiro, a banda e o festival é recíproca. Isso faz com que os integrantes sintam-se mais a vontade, melhorando toda a performance das apresentações. "Vocês sabem o quanto amamos vocês?", perguntou o vocalista em uma das muitas conversas com o público. Jared Leto na tirolesa do Rock in Rio. (Imagem: I Hate Flash) Repetindo o feito, o salto de Jared na tirolesa veio logo após a execução de "Search and Destroy" — ainda que não tenha sido empolgante como anos atrás, ver o astro sobrevoando sobre o público é algo incrível para os mais apaixonados pelo grupo. Leto também tomou açaí — mais uma vez — e disse que o nosso país tem a melhor comida. Confetes tomaram conta de todo o céu da Cidade do Rock durante "Kings and Queens". Balões coloridos enfeitaram a plateia durante "This Is War" — cantada de punhos erguidos pelo público. Para encerrar, o performático vocalista chamou ao palco fãs para cantarem "Closer To The Edge", uma das composições mais fortes da banda. Mais confetes e agradecimentos. Hora do Thirty Seconds to Mars sair do palco. Um show para ficar marcado para sempre na história deles — e da nossa também. Confessamos: o nosso amor pela banda é maior que todos os clichês da apresentação. Mars é a banda que definitivamente tem um espaço mais que merecido no Rock in Rio. É contagiante. A convite da Heineken Brasil nós marcamos presença nos sete dias de Rock in Rio, e vivemos a música da forma mais pura e intensa possível: ao vivo. #LiveYourMusic. Setlist @ Thirty Seconds to Mars no Rock in Rio 2017 Up in the Air Kings and Queens This Is War Walk on Water Search and Destroy The Kill (Bury Me) (Acústico) Do or Die The Ocean (Led Zeppelin cover) Cowboys From Hell (Pantera cover) Closer to the Edge #RockinRio #RockinRio2017 #ThirtySecondstoMars #OnBackstagenoRockinRio
- Rock in Rio: Red Hot Chili Peppers aposta em show certeiro e destrói
Pela sétima vez no país, Red Hot Chili Peppers faz show certeiro em última noite de Rock in Rio Matheus Lima 25 Setembro 2017 | 03h45 Red Hot Chili Peppers no Rock in Rio. (Imagem: I Hate Flash) Recordistas de público do festival — 250 mil pessoas na edição de 2001 —, os Red Hot Chili Peppers retornaram ao país pela sétima vez (1993, 1999, 2001, 2002, 2011, 2013) para o seu terceiro show no Rock in Rio. Desta vez, eles vieram com a turnê do seu disco mais recente, "The Getaway" (2016). Dele, três músicas entraram para o espetáculo: "Dark Necessities", "Go Robot" (a mais contagiante delas) e "Goodbye Angels". O restante do repertório teve sucessos dos álbuns consagrados "By the Way" (2002) — que levantou toda a Cidade do Rock — "Californication" (1999) e "Blood Sugar Sex Magic" (1991), entre outros. A noite começou da melhor forma possível, com três sucessos que ressoaram fortemente com o público. "Can't Stop", "Snow (Hey Oh)" e "The Zephyr Song" são exemplos do que a banda californiana sabe fazer de melhor: riffs de guitarra melódicos, o baixo saltitante de Flea e o duo vocal de Anthony Kiedis. "Estou tão feliz por tocarmos no mesmo festival que o Sepultura. Eu adoro o Sepultura", disse Flea na primeira das muitas vezes em que se dirigiria aos fãs. Eles estavam extremamente felizes por estarem se apresentando para mais de 115 mil pessoas, na noite mais quente, agitada e disputada da sétima edição do festival. O quarteto emendou três canções de "Blood Sugar Sex Magic", o disco que os levou ao estrelato mundial. "Sir Psycho Sexy" e "The Power of Equality" são o típico RHCP dos anos 1990: rap rock funkeado, com vocais meio amalucados. A primeira ainda veio emendada com uma versão acelerada de "They're Red Hot", de Robert Johnson. "Estamos muito gratos de ter a chance de tocar para vocês, Brasil. Sentir os corações e a energia de vocês enche o meu coração de alegria. Obrigado por terem vindo nesse espírito de paz e amor", disse o baixista. Kiedis faria manifestação semelhante ao final. A noite termina com "Goodbye Angels" e aquele sentimento de queremos repetir aquela noite para sempre. Setslit @ Red Hot Chili Peppers no Rock in Rio 2017 Intro Jam Can't Stop Snow ((Hey Oh)) The Zephyr Song Dark Necessities Did I Let You Know I Wanna Be Your Dog (The Stooges cover) Right on Time Go Robot Californication Tell Me Baby Sir Psycho Sexy They're Red Hot (Robert Johnson cover) The Power of Equality Under the Bridge (with snippet of Menina Mulher… more ) By the Way Goodbye Angels Give It Away #RedHotChiliPeppers #RockinRio2017 #RockinRio #OnBackstagenoRockinRio
- Rock in Rio: The Who incendeia o Palco Mundo em show intenso
The Who e os 53 anos de espera mais bem recompensados Matheus Lima 24 Setembro 2017 | 00h20 The Who no Rock in Rio. (Imagem: I Hate Flash) 53 anos. Esse foi o tempo que demorou para que os caras do The Who chegassem ao país. Formada em 1964, a primeira apresentação da banda por aqui aconteceu um pouco antes do Rock in Rio, em São Paulo, na quinta-feira (21). Gigantes do rock and roll, a banda liderada pelo vocalista Roger Daltrey, de 73 anos, fez uma apresentação intensa. Logo de cara, Pete Townshend, o guitarrista, já chegou mostrando o quão energética seria a apresentação. "Vai ser uma grande noite, vocês vão voltar para casa em pedaços". Dito e feito. Com onze discos na bagagem e 53 anos de estrada, teve material suficiente para que o público sentisse toda a fúria dos veteranos em cerca de uma hora e quarenta de show. Álbuns icônicos como "Tommy" (1969), "Who's Next" (1971) e "Quadrophenia" (1973)", tomaram conta do setlist que reuniu o melhor do The Who em todos esses longos anos. Mesmo que com três músicas a menos que em São Paulo ("The Seeker", "Eminence Front" e "The Rock"), o público se esbaldou com dezenove faixas executadas ao longo da noite. Com alguns históricos de atritos entre Pete Townshend e Roger Daltrey, a relação dos dois naquele momento parecia boa, estabelecendo um clima leve e despojado em cima do palco. A escorregada em "Behind Blue Eyes" não ofuscou o brilho da apresentação, que contou com mais uma pequena falha. Aos risos, Townshemd diz após "The Bargain": "Toquei a música inteira no tom errado." Antes da performance de "My Generation", uma das músicas mais emblemáticas dos britânicos, de 1965, Pete diz: "Alguns de vocês nem tinham nascido quando fizemos essa música". A canção era celebrada por todas as gerações presentes na Cidade do Rock. A idade definitivamente não é uma limitação para a banda de 1964. Levaram o público na mão até o último momento. Foram os anos de espera mais bem recompensados da vida de muitos os que puderam prestigiar e viver cada segundo daquele digno espetáculo dos gigantes do rock and roll. #TheWho #RockinRio2017 #RockinRio #OnBackstagenoRockinRio
- Rock in Rio: Karol Conka, Bomba Estéreo, CeeLo Green e Iza entregam groove de qualidade
(Foto: Samuel Kobayashi) No último sábado do festival (23/09) o palco Sunset foi tomado pelo rap, groove, soul e eletrônico. Bomba Estéreo que veio da Colômbia sustentou a luta feminista e ao apresentar canções do último disco, "Ayo". Bomba funciona com a mistura de batidas eletrônicas e ritmos caribenhos. O Sunset foi palco não só pra música, também foi para a luta contra a homofobia. Karol Conka usou indumentaria repleta de cores e levou mensagens contra o machismo também. Sempre mostrando um humor positivo, acrescentou: "vamos parar com essa língua de gesso, Brasil. Prazer de mulher não deve ser censurado". Dando seguimento para o hit "Lalá", que foi censurado por explicitar o prazer feminino. Toda a apresentação seguiu o padrão empoderador. Karol e Saumet mostraram no palco sintonia e o público reagiu fazendo o gramado de pista de dança. Às 20 horas o baile recebeu o comando de CeeLo Green que sustentou a mesma mensagem das artistas anteriores. Inclusive os instrumentos que realizaram o show foram todos comandados por mulheres. CeeLo arrepiou o Sunset com sua potência vocal. O cantor que ficou conhecido pelo hit "Crazy" e "Fuck You" entregou um espetáculo de primeira para o Rock in Rio. O show passeou por clássicos do soul, pop e R&B. A platéia não estava cheia, há que se levar em consideração que artistas de muito peso estavam logo ali no palco Mundo, mas isso não foi uma ameaça perto da qualidade do espetáculo que CeeLo preparou para o público no Brasil. O palco é o mais democrático possível. Tocando de Michael Jackson a Pussycat Dols, foi parar em MC G15, "Deu Onda". Colocou o astral no alto, invocando a participação do público quase o show inteiro. Green foi sinônimo de festa. Tocou percussão, dançou e rachou qualquer vidraça com a potência vocálica. O encontro de CeeLo foi com a cantora IZA e juntos interpretaram "Fool For You" e "Earth Song", essa última de Michael Jackson. Em seguida, pediram pela Amazônia, fazendo o do Sunset um verdadeiro porta-voz do povo. A convite da Heineken Brasil nós marcamos presença nos sete dias de Rock in Rio, e vivemos a música da forma mais pura e intensa possível: ao vivo. #LiveYourMusic, baby. Nota: A autora não faz mais parte do site desde abril de 2018. Os seus conteúdos estão disponíveis por autorização da mesma.
- Rock in Rio: Sunset segue surpreendendo com encontros históricos
(Foto: Lucas Dumphreys / TMDQA!) Sexta feira é dia de casa cheia. Com Tears For Fears e Bon Jovi no palco Mundo, a cidade respirava rock n' roll. Como há democracia, Jota Quest ocupou seu espaço cativo no festival e abriu o palco Mundo com o melhor baile pop. O grupo cada vez mais imprime nos arranjos musicais as influências do mundo do pop. Logo ao lado, no palco Sunset, Baiana System causava reboliço. A interação com o público foi fora de série, foi possível sentir a grande energia da galera que pulava, dançava, brincava e se divertia como se não houvesse amanhã. O grupo mistura sons de reggae, soundsystem, pagode baiano, etc. Essa diversidade permite que Baiana se conecte com pessoas de muitas tribos e levando isso em consideração, muita gente parecia não conhecer o repertório deles, mas ao soar o primeiro acorde se portavam como fãs de carteirinha. Como não pode (e nem deve!) faltar um discurso sobre a política nos shows atualmente, Russo PassaPusso reforçou: "se houvesse justiça, haveriam mais pessoas aqui". De fato, a experiência Rock in Rio está fora de alcance pra muitos amantes da música tendo em vista a atual conjuntura do país e os números de desemprego. Por aqui, agradecemos a Heineken que garantiu a cobertura On Backstage ao longo do festival. Um dos encontros mais aguardados do dia era o de Ney Matogrosso com Nação Zumbi. Ney, que abriu o Rock in Rio em 1985 agora retornou ao festival com essa proposta (que foi planejada desde 2015). O cantor com mais de seus 70 anos foi uma visão sublime. Não só para a geração mais antiga, teve gente muito nova cantando Ney do início ao fim. O encontro teve clássicos de Secos & Molhados, Nação e o repertório solo de Ney. "Um Sonho" e "Foi De Amor" foram baladas que permitiam o público ver o cantor na sua mais pura essência. O caráter interpretativo é um marco e sem dúvidas um privilégio pertinho. Jorge Dupeixe e Matogrosso trouxeram muitas canções históricas da nossa música popular. A guitarra comandada por Lúcio Maia também hipnotizou o público gigante que parou pelo Sunset. "Maracatu Atômico", de Chico Science com Nação Zumbi era um momento bastante aguardado, o instrumental estremeceu o público mas a afinação dos cantores não estava exatamente harmoniosa, fato que não diminuiu o impacto desse encontro consagrado no palco dos grandes encontros. Nota: A autora não faz mais parte do site desde abril de 2018. Os seus conteúdos estão disponíveis por autorização da mesma.
- Rock in Rio: Scalene ergue o rock nacional em estreia no Palco Mundo
Única atração nacional inédita no Palco Mundo, Scalene mostrou a sua força Letycia Miranda 21 Setembro 2017 | 20h40 Scalene no Rock in Rio. (Imagem: I Hate Flash) Foi dado o pontapé inicial na segunda semana de um dos maiores festivais de música do mundo. E, iniciando os trabalhos no emblemático Palco Mundo, Scalene veio para mostrar a força dos artistas independentes. A inclusão da banda na escalação do palco mais importante do festival, retrata um pequeno e importante passo pro rock nacional independente. Diferente de todas as outras atrações nacionais do Palco Mundo, o rock da Scalene não possui longos anos de estrada e hits que atravessam gerações, entretanto, a banda formada em Brasília já é dona de um Grammy e possui três álbuns na bagagem: "Cromático" (2012), "Real/Surreal" (2013) e "Éter" (2015). Vieram deles, a força para se apresentar no mesmo palco que Aerosmith. O vocalista Gustavo Bertoni mostrou-se bastante carismático ao invocar a participação do público que, com palmas, respondia e aos poucos se envolvia com o rock da banda. Logo em suas primeiras palavras, foi possível sentir toda a sua energia. Agradecimento com resquícios de incredulidade. Afinal, Scalene ao ser escalada para o festival representou muitos dos nossos artistas da cena independente que, mesmo com os serviços de streaming e a facilidade de acessar novos músicos, ainda são deixados de lado pelas grandes mídias. No setlist, a banda passeou por toda a sua discografia, apresentando um rock corpulento que divide espaço com melodias mais melancólicas. O trio "Histeria", "Náufrago" e "Sublimação", ambas do disco "Éter" (2015), foram as responsáveis pelos primeiros acordes. Algumas músicas depois, apostaram no repertório do álbum "magnetite", lançado em junho deste ano, introduzindo a faixa "Distopia". O público era extremamente variado, passando por muitos cabelos brancos, mas a resposta não variou tanto, os corpos dançando e as bocas fechadas mostravam que pra muitos ali não se sabia quem estava tocando, mas estava muito bom. Com letras que falam de amor, relacionamento, política, religião, Scalene alcança o interesse de muitas pessoas. Gustavo lembrou da importância da música em momentos difíceis, fazendo um paralelo com a situação do país, bem como com as relações interpessoais que se aceleram na era digital. Eles vieram pra provar que a cena independente, o rock nacional e a nova geração tem muito potencial que precisa urgentemente ser descoberto. Por isso, os rapazes ressaltaram também a beleza e a força da música brasileira, lembrando o público de valorizar também nossos músicos. Eles mais que deram conta do recado trazendo assim visibilidade para a cena. Vida longa, longuíssima aos rapazes. Setlist @ Scalene no Rock in Rio 2017 1. Histeria 2. Náufrago 3. Sublimação 4. Vultos 5. Cartão Postal 6. Surreal 7. Distopia 8. Sonhador II 9. Ilustres Desconhecidos 10. Entrelaços 11. Amanheceu 12. ESC 13. Extremos 14. Danse Macabre 15. Legados Nota: A autora não faz mais parte do site desde abril de 2018. Os seus conteúdos estão disponíveis por autorização da mesma. #RockinRio2017 #RockinRio #OnBackstagenoRockinRio #Scalene
- Aerosmith mostra que ainda tem fôlego em noite clássica de Rock in Rio
Aerosmith dominou público de cem mil pessoas, cantou hits e mostrou ter fôlego em noite de clássicos Matheus Lima 22 Setembro 2017 | 01h00 Aerosmith no Rock in Rio 2017. (Imagem: Fernando Schlaepfer / I Hate Flash) A primeira noite de rock na sétima edição do Rock in Rio foi clássica, com veteranos que são partes da história do estilo. Pela primeira vez no festival, "os garotos maus de Boston", Aerosmith, fizeram jus ao título que receberam de "maior banda de Rock and Roll da América" em uma apresentação repleta de energia, para uma multidão monstruosa de cem mil pessoas. Steven Tyler, com quase setenta anos, mostrou que ainda tem voz — potente e frágil ao mesmo tempo —, fôlego para dominar uma plateia que pulsava cada vez mais forte e pique para correr por todos os lados do magnífico Palco Mundo. O guitarrista Joe Perry, de sessenta e sete anos, conquistava ainda mais o público, intenso, a cada riffs e improvisações. A química com Steven é sem igual, ainda que já tenha rolado um desentendimento lá atrás. Mas o que importava? Aquele momento era deles. Os dois colocam o público em suas mãos, de forma despretensiosa, apenas sendo o que são: gigantes do Rock and Roll. São quarenta e sete anos de Aerosmith, e de lá para cá, foram lançados quinze discos, que além do hard rock enraizado baseado no blues, incorporaram elementos do pop rock e heavy metal. Cem mil pessoas entoando com vigor o refrão de "I Don't Want to Miss a Thing" foi um dos momentos mais marcantes da apresentação, e da vida de muitos que por ali estavam. O repertório é alternado entre clássicos como "Dream On", "Walk This Way", "Crazy" e "Cryin", incluindo covers dos Beatles, "Come Together", e uma versão acelerada de "Oh Well", do Fleetwood Mac. Entretanto, o espaço para essas canções deixaram de fora algumas desejadas como "Draw the Line", "Toys in the Attic", "What It Takes" e "Same Old Song and Dace". Nada que tirasse o brilho da noite. Quase na casa dos setenta anos, Steven e Joe fizeram jus ao nome da banda. Incendiaram o Palco Mundo e mostraram mais uma vez que são raízes do bom e velho Rock and Roll. Setlist Aerosmith @ Rock in Rio, 21 de setembro Let the Music Do the Talking Love in an Elevator Cryin’ Livin’ on the Edge Rag Doll Falling in Love (Is Hard on the Knees) Stop Messin’ Around (Fleetwood Mac cover) Oh Well (Fleetwood Mac cover) Crazy I Don’t Want to Miss a Thing Eat the Rich Come Together (The Beatles cover) Sweet Emotion Dude (Looks Like a Lady) Bis: Dream On Walk This Way #Aerosmith #RockinRio #RockinRio2017 #OnBackstagenoRockinRio
- Rock in Rio: Fall Out Boy leva pop punk evoluído em noite de veteranos
Pela primeira vez no Rio, Fall Out Boy fez bonito em noite de veteranos Matheus Lima 21 Setembro 2017 | 22h15 Fall Out Boy no Rock in Rio. (Imagem: I Hate Flash) De 'dance, dance,' á EDM, a banda de pop punk Fall Out Boy apresentou um som evoluído ao público do Rock in Rio na noite desta quinta-feira (21). Os integrantes Patrick Stump (vocal/guitarra), Pete Wentz (baixo), Joe Trohman (guitarra) e Andy Hurley (bateria) foram destaques em noite de veteranos Aerosmith e Def Leppard, como substitutos de Billy Idol — que em entrevista ao portal de notícias G1, disse terem o "mesmo espírito". A noite de rock à moda antiga ficou mais diversificada com a sonoridade dos rapazes, que é um dos grupos mais premiados de sua geração. Pete Wentz disse recentemente que "o festival é animal" e que "poder tocar em uma noite com Aerosmith e Def Leppard também é incrível", bandas que, segundo o próprio baixista, eles cresceram ouvindo antes de descobrirem o punk rock. O grupo optou por um setlist bem apto de festival, fazendo uma mistura bem bacana de seus principais sucessos, mostrando todos os seus conceitos até aqui. Sendo a primeira apresentação no Rio de Janeiro, as canções antigas tornaram-se os momentos mais incríveis do show. Com uma pegada old school, o grupo de Chicago embalou a noite com os hits "Sugar, We're Goin Down", "My Songs Know What You Did in the Dark" e "Dance, Dance". O baixista Pete Wentz puxou papo com o público: "o Rio é tão lindo". Mais tarde, se aventurou perto dos fãs. "Immortals" e "Thnks fr th Mmrs" foram acompanhadas com palmas e boas vibrações do público. A responsável por (quase) encerrar a apresentação foi a canção "Centuries", uma das mais populares da banda. Entretanto, "Saturday" foi cantada pela galera durante todo o show, e acabou sendo executada pela banda. De longe, uma das maiores revelações da sétima edição do Rock in Rio. #RockinRio #RockinRio2017 #OnBackstagenoRockinRio
- Foo Fighters e Queens of the Stone Age no Brasil
A banda americana Foo Fighters, liderada pelo roqueiro Dave Grohl, anunciou nesta quinta-feira (20), as datas dos shows que fará no Brasil junto com o Queens of The Stone Age, do multi-instrumentista e produtor Josh Homme. Os dois grandiosos grupos se apresentarão no país em fevereiro e março do ano que vem. As bandas aterrizarão primeiro no estádio do Maracanã, no Rio, no dia 25 de fevereiro. Na sequência, é a vez de se apresentarem no Allianz Parque, em São Paulo, onde se apresentam no dia 27 do mesmo mês. As duas últimas apresentações acontecem no Pedreira Paulo Leminsky, em Curitiba, no dia 2 de março, e no estádio Beira Rio, em Porto Alegre, no dia 4. A vinda dos Foo Fighters é para divulgar o nono disco de estúdio, "Concrete and gold", lançado na última sexta-feira. O álbum foi produzido por Greg Kurstin. O novo CD, lançado três anos após "Sonic highways", acabou ganhando diversas participações especiais, como Boyz II Men's Shawn Stockman, Alison Mosshart, do The Kills, Paul McCartney e Justin Timberlake. A venda de ingressos será através do site EVENTIM. Para mais informações, clique aqui.
- Rock in Rio: 5 pontos favoráveis da nova Cidade do Rock
(Foto: I Hate Flash / Rock in Rio 2017) O ponta pé inicial da sétima edição do Rock in Rio foi dado nesta sexta-feira (15) e ainda tem muito chão pela frente. O festival começou agitado, sem a norte-americana Lady Gaga e um novo espaço para o público se jogar. A nova Cidade do Rock é duas vezes maior que seu antigo local, o que proporciona uma experiência ainda mais vasta do que já estávamos acostumados em suas edições anteriores. A organização do festival avisou que viveríamos uma atmosfera totalmente diferente do que já foi visto, e sim, isso aconteceu. Restando mais quatro dias pela frente, confira cinco motivos para amar a nova Cidade do Rock – aproveite e pegue algumas dicas para aproveitar tudo por lá. Duas vezes maior que a antiga Com um espaço maior, o conforto do público está garantido. O local foi usado com sabedoria, e por todas as partes estão rolando várias atividades incríveis, o que não permite o tédio dos que estão aguardando por suas atrações favoritas. Inclusive, tédio é uma palavra que não existe no vocabulário do Rock in Rio. É por isso que chegar cedo, é algo que vem sendo bastante ressaltado. É a maior Cidade do Rock construída pelo festival – quarta no Rio de Janeiro. Total visibilidade Os palcos do festival foram dispostos de forma com que a galera possa transitar com mais facilidade e desfrutar dos espaços em sua totalidade. Ou seja, mesmo estando no Palco Sunset, você terá uma boa visibilidade do Palco Mundo, por exemplo. Foi uma tacada brilhante para que possamos de alguma forma, curtir um pouquinho de cada artista que estarão se apresentando por lá. Ainda mais entretenimento A Rock Street, um dos símbolos principais do evento desde a edição de 2011, está cada vez mais incrível, proporcionando para o público momentos únicos e inesquecíveis. A rua mais cobiçada veio com a temática África, toda multicolorida. Todos os sete dias do festival, emblemáticos artistas africanos passam por lá. A Rock District é novidade nesta edição, e por lá serão apresentados shows bem intimistas e descontraídos. A calçada fama com os artistas que já se apresentaram em alguma edição do festival pelo mundo chama à atenção de quem passa no espaço. Artistas como Lady Gaga – que apesar de ficar impossibilidade de cantar no festival – Bruno Mars e Coldplay são disputadíssimos por uma foto perfeita. Definitivamente conquistou um espaço no coração de todos os que passam pelo festival. Com a nova Cidade do Rock, novas surpresas Quem vai ao Rock in Rio quer viver momentos únicos e aproveitar a vida da forma mais intensa possível. Cada momento tem que valer muito a pena. A produção preparou um espetáculo de fogos digno para o maior festival do planeta. São quase 3 minutos de um show pirotécnico, acompanhando com uma trilha sonora que arrepia todo o seu corpo. O balé de Drones são um espetáculo à parte. É o momento que todos ficam de olho no céu da Cidade do Rock, com os celulares preparados para um bom registro. Ah, mas é bom deixar seu aparelho de lado e curtir por inteiro aquele momento. Acessibilidade Dentre muitos incrementos a Cidade do Rock, agora está menos difícil para portadores de necessidades especiais acessarem a Cidade. Muitas adaptações chegaram em todos os ambientes da nova Cidade para permitir que todos desfrutem de tudo. Sem dúvidas é a edição mais inclusiva do festival, até agora. "Não queremos restringir as pessoas com dificuldades de locomoção a ficarem apenas nas plataformas de visibilidade para os palcos, e sim incentivar e proporcionar à todos a possibilidade de aproveitarem ao máximo cada atração do festival, desde um passeio pela Rock Street até um salto da tirolesa." - Identificação Começará no cadastro do ingresso. O cliente poderá especificar sua necessidade para que possamos nos preparar previamente para atender as solicitações, oferecendo maior conforto para e praticidade. - Plataformas PNE Localizadas em lugares estratégicos próximas aos palcos. Os clientes PNE terão direito a levarem um acompanhante para as plataformas. - Estacionamento exclusivo Através do cadastro da pulseira, mediante entrega de laudo médico, cadeirantes elegíveis pela legislação a vagas de estacionamento exclusivo, irão receber em casa um adesivo para acesso ao estacionamento PNE gratuito. - Shuttle Transporte com vans adaptadas e exclusivas para PNE saindo de dois pontos de encontro (Shopping Metropolitano e terminal olímpico de BRT) em direção as entradas da cidade do rock. - Carrinhos de golfe Rotas com nove carrinhos de golfe exclusivos para público PNE, equipados com rampas de fácil acesso para cadeirantes. Os carrinhos darão suporte para garantir o acesso a todas as atrações Rock in Rio, permitindo a exploração total da cidade do Rock. - Banheiros Exclusivos Vinte e dois banheiros acessíveis exclusivos para público PNE espalhados pela cidade do rock, sendo dois localizados próximos às plataformas de visibilidade para o show. - Oficina De modo a evitar que cadeirantes tenham sua experiência comprometida por danos à sua cadeira, teremos um espaço para reparos necessários causados durante o festival. - Piso tátil Instalados em locais estratégicos para facilitar a locomoção de deficientes visuais. - Delivery As empresas parceiras de bebida e comida farão um serviço de delivery para todos que estiverem na plataforma PNE e queiram fazer o pedido sem precisar ir até o balcão de atendimento. O serviço não terá custo extra. - Tirolesa adaptada Cadeira apropriada para subir escadas e andar no brinquedo. O festival dá uma pequena para pausa o merecido descanso do público, e retorna com tudo nesta quinta-feira (21), com shows do Aerosmith, Def Leppard, Fall Out Boy e Scalene no Palco Mundo. Nos vemos lá!